Um dos pressupostos com relação à pessoa autista é de que ela vive isolada em si mesma. Desde o começo é vista pelos "outros" ao seu redor às vezes como um bebê que não brinca ou uma criança retraída demais, um adolescente inconveniente, um adulto que constrange, etc., enfim, uma pessoa que não reproduz os valores e crenças ensinados por seu grupo social de origem.
As pessoas consideradas "não-autistas", são consideradas "normais" na medida em que parecem reproduzir esses valores e crenças. Esses valores e crenças são "as normas" da sociedade a qual pertencem, normas estas pré-estabelecidas pelos "outros" que já existiam antes delas nascerem. "As normas" são ditadas pelos seus familiares e pela sociedade na qual nasceram, pela escola, pela religião, pelo sistema político e econômico,etc.
Por exemplo, aqui em nossa cultura ocidental capitalista uma pessoa saudável possui uma carteira de trabalho e produz capital; possui um título de eleitor e ainda vota; é considerada civilmente capaz para assumir suas obrigações e responsabilidades, para constituir uma familia e ensina-la a reproduzir seus valores e crenças socioculturais.
Desse modo, se autistas se constroem isolados em si mesmos, os "OUTRISTAS" se constroem seguindo as normas pre-estabelecidas por outros. E por fim, os outristas possuem a expectativa de que os diferentes deles tornem-se iguais a eles um dia e exercem determinada pressão psicossocial neste sentido, mediante sanções sociais, exclusão social, etc.
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